A Voz do Bispo › 13/07/2018

Evangelizar é missão de todo cristão

No evangelho deste domingo lemos que: “Jesus chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. Eles foram e pregaram que todos se convertessem”. Podemos dizer que este foi um ensaio da missão que receberiam depois da ressurreição como encontramos em Mc 16, 15-20: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!…”.

O ser enviado dois a dois, indica o jeito comunitário da missão. E o fato de não levar nada para o caminho e a recomendação de parar nas casas que oferecerem hospedagem, indica a urgência da missão que não admite parada, e, quando não forem acolhidos, devem sacudir até o pó das sandálias e partir para outros lugares, assim como Jesus fez várias vezes.

O tema da missão é um dos mais recorrentes na igreja hoje, especialmente, a partir de Aparecida, também nos documentos e falas do papa Francisco. Nesta semana, de 9 a 14 de julho, acontece o 5º Congresso Missionário Americano (CAM 5), em Santa Cruz dela Sierra – Bolívia. O tema é “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída”.

Como veem, reflete o convite constante do Papa a sair ao encontro das pessoas, lá onde elas se encontram, para levar a elas uma mensagem de esperança e vida que lhes possibilite um encontro com Jesus caminho, verdade e vida.

O numero 157 do texto de preparação para o 4º Congresso Missionário Nacional, realizado em setembro de 2017 no Recife, para prevenir-nos sobre a falsa justificativa que ‘tudo o que fazemos é missão’, depois de esclarecer o que não é missão, define o que entende por saída missionária: “A saída missionária exige purificação, atitude penitencial e uma profunda conversão. Trata-se de sair de nossa consciência isolada e de nos lançarmos, com ousadia e confiança, à missão de toda a Igreja, abandonar as estruturas caducas, transformando as pessoas, assumindo relações de comunhão, adotando práticas pastorais missionárias, projetando-se além-fronteiras”.

No 158 especifica que: “Essa mudança consiste em passar da visão de missão como ‘expansão’ à missão como ‘encontro’. Missão, portanto, não é apenas fazer coisas para as pessoas. É, em primeiro lugar, ser companheiro dos pobres e hóspedes na casa dos outros”.

O subsídio conclui que o objetivo do nosso Congresso era “aprofundar e assumir esse ‘paradigma da saída’ e nele reencontrar a mais genuína vocação da Igreja de ser próxima e solidária com as pessoas, ad gentes, até os confins da terra” (160).

Portanto, somos todos convidados sairmos em missão.

 

Para refletir:

1. Estou eu disposto a sair ao encontro dos afastados? A acolher os que chegam na comunidade? A me aproximar dos que não tiveram a graça de conhecer Jesus, para partilhar com eles a graça de ter encontrado o Senhor?

2. Quanto está presente na minha reflexão e oração a realidade da missão Ad Gentes? Será que essa preocupação não deve ser também minha?

3. Estou dispo a alguma conversão para viver minha vocação cristã?

 

Textos bíblicos: Jo 20, 19-23; Mt 28, 16-20; 1Cor 9, 16-23.

 

 

 

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