A Voz do Bispo › 26/04/2024

Que tipo de ramo sou?

Neste final de semana, o Evangelho nos fala de Jesus com a rica imagem da videira e dos ramos. Deixemos que essa imagem nos fale ao coração e nos interpela: que tipo de ramo sou? Quais frutos produzo? Qual é a minha fecundidade?

Lemos em João 15, 1ss: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que em mim não dá fruto, ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele limpa-o, para que dê mais frutos ainda. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar frutos por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podeis dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós sois os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.”

Que palavra rica e bonita! Parece que querer comentá-la seja diminuir sua força e poder de edificação e conversão. Contudo, deixemos que ressoe em nossos ouvidos e coração. Quando Jesus diz: “Eu sou a videira verdadeira”, é porque alguém se considerava tal e não era. Esse alguém é o povo de Israel, que se achava santo e não era. Embora povo escolhido por Deus para manifestar sua ação salvadora, as autoridades não estavam correspondendo. E dizendo-nos que o seu Pai é o “agricultor”, fica claro que aos ramos não resta outra coisa senão acolher, deixar-se cultivar, limpar para que possam dar os frutos esperados.

Jesus insiste na necessidade de permanecer unido a ele para dar fruto. Assim como o ramo, para poder produzir frutos, precisa estar unido à videira e receber dela a seiva da vida, se queremos ser fecundos e produzir frutos bons, precisamos estar enxertados nele: Jesus Cristo. A palavra chave que traduz a condição para produzir os frutos que Deus espera é “permanecer”. E ele repete: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós”; “aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto”.

O batismo nos enxerta em Cristo Jesus. Passamos a participar da árvore da vida que produz frutos bons: esperança, justiça e paz. É isso que o Pai espera de nós: “que demos muito fruto e nos tornemos seus discípulos”.