A Voz do Bispo › 15/02/2019

O caminho da verdadeira felicidade

O evangelho de Lucas deste domingo contrapõe quatro “bem-aventuranças” (os pobres, famintos, os que choram e os perseguidos) e quatro “ai de vós” (ricos, fartos, os que riem e os elogiados). Como ressoa isso ao nosso ouvido? Conseguimos compreender? Como assim bem-aventurados os pobres e “ai de vós ricos”?

Todos de alguma forma buscam a felicidade. Como percebem os caminhos para chegar à verdadeira felicidade são completamente diferentes na ótica do Evangelho e segundo o mundo. A maioria das pessoas, inclusive muitos cristãos, acham a proposta de Jesus uma loucura, um absurdo e sem cabimento. Parece que Jesus seja contrário ao bem-estar de uma vida digna. Não é isso.

Se queremos uma vida de felicidade verdadeira e duradoura, com alegria e paz no coração, não há outro caminho senão o das bem-aventuranças: o caminho do Evangelho. Quem trilhar esse caminho pode se alegrar e exultar, porque será grande a sua recompensa nos céus. Esse é o caminho estreito dos valores, da moralidade, da disciplina, da responsabilidade: o caminho que leva à vida e à felicidade que nunca acaba. É o caminho do Reino de Deus.

Muitos fazem consistir a felicidade em ter dinheiro e bens materiais, deixando em segundo plano a família, amigos, a saúde e até o próprio Deus. Fazem consistir a vida em trabalhar para ter sempre mais coisas e conquistar uma posição social importante, experimentar os prazeres que o mundo possibilita. Quem envereda pelo caminho do ter, do prazer e do poder podem até ter momentos de gozo, mas sempre ficam com um gosto amargo, nunca aquela felicidade duradoura e a alegria profunda.

A medida que as pessoas se agarram as coisas e se afastam da fonte (Deus) acabam por encontrar trevas, morte, desilusão. Quem se aproxima de Deus e dos irmãos pobres, famintos, sofridos, perseguidos encontram a luz, alegria: a verdadeira felicidade.

Somos responsáveis por nossas escolhas e frutos delas. Depende de nós optarmos pela benção ou pela maldição, pela vida ou pela morte.

Sejamos espertos, não nos deixemos iludir e enganar por promessas de vida fácil e isentas de sacrifício.

Feliz aquele que põe sua confiança no Senhor, pois não será confundido! Felizes os pobres, famintos, os que choram ou são perseguidos porque deles é o Reino dos Céus! Esse é o tesouro que não enferruja e ninguém nos pode roubar.

O caminho da verdadeira felicidade é sim o caminho das bem-aventuranças, dos valores evangélicos, da vida partilhada, da justiça, do amor e da paz.

Lembremos que ninguém pode ser feliz sozinho, mas ao mesmo tempo não devemos fazer depender nossa felicidade dos outros.

 

Para refletir:

1. Me considero uma pessoa feliz?

2. Em que faço consistir a felicidade?

3. Consigo ver nas bem-aventuranças do Evangelho uma boa notícia?

 

Textos bíblicos: Lc 6, 17.20-26; Jr 17, 5-8; Sl 1,1-6.

 

 

 

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