A Voz do Bispo › 20/07/2021

Ser ou não ser dizimista

Ser ou não ser dizimista será que muda alguma coisa na vida dos cristãos? Aparentemente não, mas se escutarmos o testemunho de quem faz a experiência do dízimo de forma radical muda sim, e muito. As pessoas sentem-se realmente agraciadas e beneficiadas. Tudo parece se encaminhar na serenidade e paz. As coisas se ajustam e o sentimento de gratidão aflora como nunca. Parece que a fé se torna mais consistente e concreta no gesto da partilha.

O evangelho deste domingo traz o milagre da multiplicação dos pães realizado por Jesus numa atitude de compaixão, definido como o milagre da partilha. É bonito perceber que Jesus para matar a fome da multidão quis precisar dos cinco pães e dos dois peixinhos que um menino trazia no seu fardel.  Se quisermos temos aqui um indicativo importante para compreender o significado do dízimo. O dízimo como partilha. O pouco de muitos doado de coração consegue suprir as necessidades de muitos.

A diocese de Osório tem agendado para esses dias, de 19 a 25, a Semana Diocesana do Dízimo. O primeiro objetivo não é arrecadação, mas conscientizar sobre a importância da participação dos cristãos na vida da Igreja. Ser dizimista significa ser parte de um corpo vivo que é a comunidade. É muito mais que dar dinheiro. É a maneira de sentir-se parte e comprometido com a comunidade. Somente quem tem esse sentido de pertença assume o dízimo com regularidade e fidelidade.

Como expressa o doc. 106 da CNBB: “O cuidado com a motivação permanente em vista do dízimo está relacionado com a vivência integral da fé, que implica também a inserção na comunidade eclesial. Promove-se o dízimo cultivando a fé”. Portanto, a fé dá sentido ao dízimo. Quando essa falta se torna taxa, imposto. “Para dar dinheiro, basta tê-lo; para devolver o DÍZIMO, é necessária a fé!”

Quem faz a experiência do dízimo, movido pela fé, sente-se bem, feliz e realizado. A opção por partilhar o dízimo não deve ser motivada pelo medo do castigo, mas pela alegria de poder colaborar com a sua paróquia. Acreditamos que a decisão de partilhar o dízimo nasce de um coração convertido e agradecido por ter encontrado Deus e experimentado a beleza de sua presença amorosa.

O católico custa entender que ser dizimista é sinal de conversão e vivência da fé. A meu ver, a iniciação à vida cristã dos jovens ou adultos para ser completa deveria contemplar também o engajamento na experiência do dízimo. Mesmo que pouco, mas doado de forma sistemática subtraindo algo da própria mesada, é profundamente educativo. Estou convencido que enquanto a pessoa não participa do dízimo não está plenamente convertida. Acompanhemos as iniciativas da Pastoral do Dízimo em nossas paróquias.

 

Para refletir: O que entendo por dízimo? Consigo compreender o seu significado e motivação? Já fiz essa experiência de forma livre e consciente? Que resultados e reflexos teve sobre o meu viver cotidiano? Que tal começar essa experiência e observar seus reflexos em mim e na minha família?

Textos Bíblicos: 2Rs 4, 42-44; Ef 4, 1-6; Jo 6 1-15; Sl 144(145).

 

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