A Voz do Bispo › 08/03/2019

Quaresma, Páscoa e Campanha da Fraternidade

Já são 55 anos que a Igreja do Brasil promove uma grande e ousada campanha durante o tempo quaresmal: a “Campanha da Fraternidade”. Essa iniciativa coordenada pela CNBB é reconhecida mundialmente pela sua abrangência e capilaridade.

Nesse tempo quaresmal, em todo o Brasil, se cantam os mesmos cantos, se refletem os mesmos temas no ensino religioso, na catequese, nos grupos de jovens, nos movimentos e pastorais. O apelo da campanha chega a todas comunidades católicas e às pessoas de boa vontade.

A quaresma tem início na quarta-feira de cinzas, logo após o carnaval, e vai até o Domingo de Ramos que marca o início da Semana Santa que tem seu cume no Tríduo Pascal.

Este se abre com a celebração da Última Ceia na tarde de quinta-feira e se conclui no Domingo, com a solene celebração da Páscoa que faz memória e atualiza, para o aqui e agora de nossas comunidades, o Mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

O tempo quaresmal tem um caráter penitencial, é um tempo de conversão que leva a refletir e rezar os últimos momentos da vida de Jesus e o significado que isso tem para nós, hoje.

Contemplando sua vida doada, até a morte e morte de cruz, com o único objetivo de redimir e justificar a humanidade, sentimo-nos sensibilizados e chamados a unir forças na busca de soluções concretas para determinados problemas que afligem o nosso país. Esse tempo litúrgico é o mais oportuno para promover as Campanhas da Fraternidade.

O caminho percorrido por Jesus tem como resultado a libertação prometida a Israel: “Será libertado pelo direito e a justiça” (Is 1,27). Essa promessa se tornou realidade em Jesus Cristo, o Justo, que justificou a muitos pelo seu sangue derramado por amor. O injustamente condenado ressuscitou, livre de qualquer amarra, para todos libertar.

É o que proclama o refrão do hino da Campanha: “Pelo direito e a justiça libertados,/ povos, nações de tantas raças e culturas. /Por tua graça, ó Senhor, ressuscitados, /somos, em Cristo, hoje, novas criaturas”.

Sem medo, vamos participar da Campanha proposta, sem ceder as tentações diabólicas – como foram as de Jesus – que tentam descaracterizar essa bela iniciativa, certos que a participação na definição das políticas públicas, tanto a nível nacional, estadual ou municipal é o único jeito para resolver muitos dos graves problemas que assolam nosso país.

Não deixemo-nos enganar pelos disseminadores de meias verdades, com o único objetivo de criar confusão e intrigas. Infelizmente, eles existem também em nossas comunidades. Saibamos distinguir o joio do trigo. Pelos frutos se conhece a árvore.

Nunca esquecendo a palavra de Paulo: “É crendo no coração que se alcança a justiça e é confessando a fé com a boca que se consegue a salvação” (Rm 10,10).

 

Para refletir:

1. Quaresma, tempo de conversão e renovação. Como penso participar desse momento litúrgico?

2. As comunidades estão distribuindo o material para os encontros em pequenos grupos. Já tenho o meu? Com quem vou refletir sobre a Campanha da Fraternidade este ano?

3. Como Jesus, nós também podemos ser tentados. De forma isso pode acontecer, hoje?

 

Textos Bíblicos: Lc 4, 1-13; Rm 10, 8-13; Sl 90 (91).

 

 

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