A Voz do Bispo › 28/01/2022

O amor não acaba nunca

O que mais me chamou a atenção da Palavra de Deus neste final de semana é a fala de São Paulo escrevendo aos Coríntios, nos capítulos 12 e 13, onde mostra a excelência da caridade, ou seja, o amor cristão. Pode ser um ótimo programa de vida para quem deseja viver verdadeiramente a fé cristã ou, simplesmente, ser uma pessoa do bem.

Depois de convidar a comunidade de Corinto a aspirar aos dons mais elevados, Paulo fala de um caminho incomparavelmente superior, o caminho da caridade: “Se eu falasse todas as línguas… Se tivesse o dom da profecia… Se tivesse uma fé a ponto de transportar montanhas… Se gastasse todos os meus bens para sustento dos pobres…, mas não tiver CARIDADE não sou nada”. Fica claro, nesse texto, que a caridade é muito mais que um fazer coisas ou dar coisas aos outros. A caridade é algo que está no coração, uma disposição interior que dá sentido a tudo o que fazemos e vivemos.

Isso fica ainda mais evidente quando descreve as características da caridade: “A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece; não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor; não se alegra com a iniquidade, mas se regozija com a verdade. Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo. A caridade não acabará nunca”. Não é isso bonito e extraordinário? O que impede que possamos assumir isso como estilo de vida?

Depois conclui dizendo que tudo passa nesta vida e só permanece três coisas: a fé, a esperança e a caridade. Mas a maior delas é a caridade. A mim faz lembrar uma parte da letra de um canto do Pe. Zezinho: “Tudo passa nesta vida, só não passa o teu amor”.

Portanto, a caridade/amor permanece para sempre. Isso é tão grande e maravilhoso que somente vamos compreendê-lo completamente quando nos encontrarmos face a face com nosso Deus e Senhor. Hoje o intuímos, às apalpadelas,  como refletido num espelho na vida de muitos irmãos e irmãs.

Para entender a riqueza dessa mensagem de Paulo, precisamos nos despojar de alguns preconceitos, escutar em profundidade o Espírito de Jesus que foi derramado em nossos corações e persistir na busca do encontro com Deus,

Reconhecer, como o profeta Jeremias, que Deus pensou em nós: “antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações”. Essa é condição para mergulhar no mistério do amor de Deus e nele banhar-se por inteiro. Se mantermos nossos olhos fixos em Jesus e seguirmos seus passos chegaremos nessa fonte pura e genuína do Amor Trinitário.

 

Para refletir: Consigo perceber quanto é importante sermos animados pela caridade/amor? Alimento essa disposição dentro de mim? Como? Onde se percebe isso no meu cotidiano? Onde fixo o meu olhar, o meu coração?

 

Textos bíblicos: Jr 1,4-5.17-19; 1Cor 12,31-13,13; Lc 4, 21-30; Sl 70(71).

 

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